O regresso da MONSTRA aproxima-se a passos largos. A próxima edição do festival – é já a vigésima quarta! – acontece de 20 a 30 de março e conta, como sempre, com uma selecção cuidada do melhor cinema de animação actual, português e internacional, num extenso programa que conta ainda com actividades para todas as idades e uma série de exposições. Começamos por divulgar alguns destaques da programação da Cerimónia de Abertura: One Way Cycle, de Alicia Nuñez Puerto, Mind the Gap, de José-Manuel Xavier e O Rapaz Que Apagava Beijos, de Radostina Neykova e Fernando Galrito.
One Way Cycle, produzido pela Sardinha em Lata (Demónios do Meu Avô) , trata de duas irmãs que emigram para Havana no início do século XX, em busca de uma vida melhor. N’O Rapaz Que Apagava Beijos exploramos os diferentes significados dos beijos, numa curta-metragem sobre a necessidade urgente de redescobrir o calor humano. Ambas são estreias mundiais. Por último, em Mind the Gap, José-Manuel Xavier trabalha a partir da obra com o mesmo nome de Luís Tinoco.
Ao longo deste quarto de século, passaram pela MONSTRA mais de um milhão de espectadores, distribuídos por cerca de 12 500 filmes e 3 mil sessões. O festival foi visitado por mais de dois mil criadores, realizadores e animadores, com cerca de 3 dezenas de nomes indicados aos Óscares. A MONSTRA é hoje um ponto de encontro de pessoas, um espaço de diálogo, de troca de ideias, que se expande para além do grande ecrã em exposições, conferências, masterclasses, oficinas para adultos e crianças, bem como outras atividades transversais que ligam a animação a outras áreas artísticas.
Nesta edição o país convidado é a Áustria, país responsável por uma das produções mais entusiasmantes do cinema de animação em todas as suas vertentes, especialmente na mais experimental e abstracta. A retrospetiva histórica, concebida por Thomas Renoldner, realizador e curador do festival Vienna Shorts, inclui um conjunto de oito programas que fazem uma viagem temática pelas principais obras e autores deste país, desde os trabalhos pioneiros da vanguarda austríaca até às obras mais recentes. Inclui também uma retrospetiva que revisita alguns dos filmes contemporâneos que estiveram presentes nas edições anteriores do festival desde sua fundação em 2000, reunindo um grupo de talentos ainda muito ativos hoje na cena internacional de animação.
De volta a Portugal, nesta edição, o festival junta-se à Cinemateca Portuguesa para celebrar o décimo aniversário da COLA – Coletivo Audiovisual, com uma exposição que destaca especificamente o trabalho da produtora em cinema, desde a longa-metragem O Natal do Bruno Aleixo, até às curtas-metragens, incluindo Ice Merchants, filme nomeado para um Óscar em 2023. A exposição inclui materiais dos projectos, fotogramas dos filmes e vídeos de making of, e pode ser visitada a partir do dia 20 de fevereiro até dia 3 de maio de 2025, de segunda a sábado entre as 14h e as 19h30, na Cinemateca Portuguesa.
Outros Movimentos junta cerca de 100 obras de José-Manuel Xavier, numa exposição que inclui gravuras, desenhos, pinturas e até um livro chinês. Pensador, escritor, animador e desenhador incansável, autor de um traço inconfundível, cada imagem sua é também um movimento, um poema, um haiku, que esta exposição inédita revisita de uma forma profunda. Para visitar na Sociedade Nacional de Belas-Artes de 14 de março a 12 de abril, onde estará disponível um catálogo, com textos da autoria de Luís Tinoco, Prémio Pessoa para 2024, com quem colabora na curta-metragem Mind the Gap.
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